segunda-feira, 9 de maio de 2011

OUTRA ECOLOGIA É POSSÍVEL: A ECOLOGIA DO MOVIMENTO ECOLÓGICO.

A Ecologia dos biólogos busca compreender as inter-relações entre os seres vivos, procurando alcançar níveis cada vez maiores de complexidade na compreensão da vida e de sua organização no planeta.
A palavra Ecologia acabou ganhando novos significados, agora ligados a utopia de um mundo melhor, ambientalmente preservado e socialmente justo.
O ideário ecologista surgiram a partir de grupos, associações e organizações da sociedade civil que surgiram com grande força no Hemisfério Norte desde o fim da década de 60 do século passado, mas também no Brasil e America Latina, nas décadas de 70 e 80, denunciando os riscos e impactos ambientais do modo de vida das sociedades industriais modernas. Movimentos como a contracultura e a chamada ‘’nova esquerda’’ emergiram nesse clima de questionamentos.
Roszak, um militante do movimento, situa a contracultura como uma reação à tecnocracia, pois opõe-se, sobretudo, ao paradigma ocidental moderno, industrial, científica, questionando a racionalidade e o modo de vida da chamada Grande Sociedade.                     
O ecologismo é, reconhecidamente, herdeiro direto da contracultura, resgatando seu traço distintivo: a luta por autonomia e emancipação em relação à ordem dominante e a afirmação de novos modos de vida.
O repúdio a uma racionalidade instrumental, aos ideais do progresso, ao individualismo e a lógica de custo-benefício meramente econômico pode ser observado no ideal de uma sociedade ecológica.
A crítica ecológica situa-se entre as vozes contestatórias do estilo de vida contemporâneo, denunciando sua face materialista, agressora do meio ambiente e bélica. Isso, contudo, não significa que o ecologismo abandone todos os ideais da modernidade ocidental, pois continua preconizando valores éticos e democráticos, bem como uma educação virtuosa do sujeito ecológico.
No Brasil, ainda que as primeiras lutas datem dos anos 70, é principalmente nos anos 80, no contexto do processo de redemocratização e abertura política, que entram em cena os novos movimentos sociais, entre eles o ecologismo, com as características contestatórias e libertárias da contracultura. Os anos 70 destacam-se como a década em que começa a configurar-se um conjunto de ações, entidades e movimentos que se nomeiam ecológicos ou ambientais e, no plano governamental, uma estrutura institucional voltada para a regulação, legislação e controle das questões do meio ambiente.
Aderindo feições locais, o movimento ecológico brasileiro compartilhado caráter internacionalizado da luta ambiental. Talvez o melhor exemplo de luta social local que adquiriu dimensões ecológicas e se transformou em causa apoiada internacionalmente foi a dos seringueiros da Amazônia, sob a liderança de Chico Mendes. O que torna isso possível é a percepção da crise ambiental como questão social ocorrer em uma conjuntura de globalização.
A Educação Ambiental é parte do movimento ecológico. Surge da preocupação da sociedade com o futuro da vida e com a qualidade da existência das presentes e futuras gerações. É uma prática de conscientização capaz de chamar a atenção para a finitude e má distribuição no acesso aos recursos naturias e envolver os cidadãos em ações ambientalmente apropriadas.

Um comentário:

  1. “Economia verde” é o tema do 3º Fórum de Ideias Inovadoras da AL

    A Assembleia Legislativa inicia a Semana do Meio Ambiente com o Fórum de Ideias Inovadoras em Políticas Públicas (FIP), que nesta 3ª edição terá como tema “Economia verde: uma agenda nas esferas públicas e privadas”.

    O evento ocorrerá nos dias 30 e 31 de maio, a partir das 9h, no Plenário 13 de Maio. O FIP – promovido pelo Instituto de Estudos e Pesquisas para o Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp) – irá discutir uma maneira possível de construir uma agenda de sustentabilidade a partir de uma racionalidade socioambiental, levando em consideração os custos e os impactos na economia.

    Durante os dois dias de debates, personalidades das áreas da política, economia e meio ambiente discutirão sobre a relação entre a sustentabilidade e o desenvolvimento. O presidente da Casa, Roberto Cláudio (PSB), abrirá o evento. Em seguida, o ex-deputado federal Ciro Gomes comandará a palestra “Desenvolvimento sustentável e políticas públicas”.

    Ainda pela manhã, o consultor da Waycarbon, Henrique Pereira, falará sobre “Mercado de carbono para entidades públicas e privadas”. O presidente do Conselho de Política e Gestão do Meio Ambiente (Conpan), Paulo Henrique Lustosa, encerrará a programação da manhã com a palestra “Um novo desafio para o desenvolvimento”.

    Às 15h, no Complexo de Comissões da Casa, o presidente da Embrapa, Luciano Matos, falará sobre o “Pagamento por serviços ambientais”. Para encerrar o primeiro dia de palestras, o assessor do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), Antonio Rocha Magalhães, debaterá sobre mudanças climáticas.

    Já na terça-feira (31), o Fórum realizará palestra, a partir das 9h, no Complexo de Comissões da Casa, com o tema “Sustentabilidade: um novo jeito de fazer negócios”, com exposição do gerente executivo de desenvolvimento sustentável no Banco Santander, Sandro Marques. Às 9h50, o coordenador de Projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Virgilio Gibbon, vai falar sobre o mercado de créditos de carbono. O encerramento da 3ª edição do FIP será feito pelo coordenador da Rede Brasileira e Internacional de Ecossocialistas (Rebrip), Pedro Ivo, que vai proferir palestra sobre a “Rio+20 e a Economia Verde”.

    “Queremos debater como construir no semiárido brasileiro um desenvolvimento mais harmonioso das pessoas e suas relações com o conjunto do mundo natural. Trata-se em síntese de encontrar caminhos para uma reconciliação entre economia e ecologia”, explicou o presidente do Inesp, Paulo Linhares.

    O Fórum de Ideias Inovadoras é aberto ao público. As inscrições podem ser feitas no Portal da AL ou pelo telefone (85) 3277.3704/3740.
    JU/LF

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