domingo, 19 de junho de 2011

Visita a Reserva Pitaguary





           O presente relatório é uma síntese das observações realizadas na aula de campo, da turma do 1º semestre de Engenharia Ambiental do professor  Marcos Vieira. A aula em questão foi realizada na comunidade dos Pitaguary no dia 11 de maio de 2011. 
Após o relato dado pelo cacique Daniel, chefe da comunidade dos Pitaguary, percebemos o quanto a luta dos indígenas, não só pela terra, mas, principalmente, pela sobrevivência de sua cultura, é árdua.
Até se chegar a conquista da pequena área de Santo Antônio do Pitaguary, o cacique passou por muitos preconceitos e injustiças. Expulso de sua terra, por poderosos fazendeiros e pelo Governo, o qual tinha grande interesse na região, devido à intensidade de plantas medicinais existentes naquela área, o índio obrigou-se a ir para a cidade. Sem condições de começar uma vida nova, já que saiu de seu lugar sem indenização, ficou a esmo, submisso aos sofrimentos da vida. Trabalhou como auxiliar de pedreiro, mas não conseguia se adaptar aquela vida, pois ela diferia de  sua realidade. Assim, cansado de tanto infortúnio, começou a surgir o ideário para a conquista de uma terra pertencente ao seu povo.
Desse modo, começaram as reuniões entre Tapeba, Tremembé, Genipapo, Pitaguary e comunidade de Canindé para exigir a demarcação da terra que antes  lhe pertenciam.
Após dois anos de  muitas idas a Brasília e audiências com representantes da SIME e da  FUNAI, conseguiram o relatório de reconhecimento e em 2005 o relatório de demarcação de 1.735 hectares de terra. Além disso, conseguiram ainda o reconhecimento de 3.500 índios e indenização dos posseiros.
O local possui escola diferenciada, na qual todos os professores são nativos e a educação sempre é voltada para o fortalecimento da cultura indígena.
Hoje, a comunidade dos Pitaguary abriga somente índios, os quais o cacique faz questão que não esqueçam suas características inatas. A prática de alguns rituais ainda é muito forte, pois segundo o cacique Daniel  “ A espiritualidade é o que fortalece o índio”. 
Depois da visita, conclui-se que se trata de um povo muito simples que procura manter as tradições indígenas, contudo devido ao relacionamento com a nossa sociedade eles precisam da agricultura de subsistência e do artesanato. É uma comunidade onde se tem um respeito muito grande pela natureza, afinal, é dela que eles tiram tudo que precisam.